• 13 nov 2017
Esta semana começa a 25ª edição do festival MIX BRASIL. Nestes tempos de obscurantismo e tentativas frustradas de trazer de volta a censura, a importância deste festival dedicado à produção cultural LGTBQ é imensa. Este ano o MIX celebra 25 anos com um recorde de filmes: serão 159 obras, entre curtas e longas, além de espetáculos teatrais, e shows. O festival apresenta também uma retrospectiva com 6 dos melhores filmes do diretor Gus Van Sant, um dos ícones do cinema queer. O MIX abre no feriado, dia 15 de novembro, com um show gratuito na área externa do Auditório Ibirapuera com a banda Liniker & Os Caramelows. Inspirado pelo MIX, minha playlist de hoje traz 10 clipes ligados ao universo LGTBQ, incluindo dois dirigidos pelo diretor homenageado Gus Van Sant.
Dee-Lite – “Runway”: com uma estética que lembra os filmes “Garotos de Programa” e “Até as Vaqueiras Ficam Tristes”, o diretor Gus Van Sant dirigiu este clipe de “Runaway”, da banda de “dance-music” Deee-Lite. Groove is in the Heart!
RuPaul – “Supermodel Of The World”: a maior diva drag do mundo, RuPaul, chegou chegando em 1993, com o clipe “Supermodel Of The World”, que se tornou um sucesso mundial e abriu um caminho de purpurina para a mãe de todas as drags!
Culture Club – “Miss Me Blind”: quando Boy George surgiu na década de 1980, ninguém sabia direito como classificá-lo: drag-queen, transformista, trans, cross-dresser, mulher cis, homem gay… Ao passar dos anos, todos se tocaram que o que realmente importava não eram os rótulos, mas sim seu talento imenso! Aliás, o Culture Club fará uma apresentação única em São Paulo no próximo dia 21.
Arca – “Desafio”: o venezuelano Alejandro Ghersi, mais conhecido pelo nome artístico ARCA já produziu entre outros Björk, Kanye West e FKA twigs. Como se isso não bastasse, ele tem uma carreira solo bafo, cheia de clipes ultra “fuertes”.
Fisherspooner – “Toghetherness”: com uma estética de porn-star dos anos 70, Casey Spooner reuniu-se novamente com seu parceiro Warren Fisher e juntos lançaram um novo álbum do Fisherspooner. A música Togetherness teve produção do Michael Stipe, do REM, e ganhou duas versões de clipes, ambas super sexy.
Grace Jones – “I’m Not Perfect”: a androgenia cyber de Miss Grace Jones sempre foi uma das suas marcas registradas. Homem, mulher, robô, androide, diva! Grace pode não ser perfeita, mas ela é perfeita para mim! Ainda mais neste clipe bafo que conta com participações especiais de Andy Warhol, Nile Rodgers e Keith Haring.
Amanda Lear – “Follow Me”: Amanda Lear surgiu nos anos 1970, como a musa e namorada do artista surrealista Salvador Dali. Amanda é cercada de mistérios: ninguém sabe ao certo quando ela nasceu e nem qual era seu gênero. Há controvérsias: segundo vários relatos ela teria nascido homem e Dali teria pago sua mudança de sexo. Não importa: ela é bafônica e seus clipes são o que há em disco-kitsch!
https://www.youtube.com/watch?v=pEVsTdYgTaA
Liniker & Os Caramelows – “Prendedor de Varal”: em 2015, o Music Video Festival apostou em Liniker & Os Caramelows como seu “Future Talent”, e logo em seguida, a banda viria se tornar um fenômeno de público. Com sua persona “preta, pobre e bicha”, a cantora Liniker conseguiu reverter todos os preconceitos e se tornou uma das artistas mais poderosas da atual cena indie brasileira.
Ney Matogrosso – “América do Sul”: Ney Matogrosso foi sempre um pioneiro. Se apresentava vestindo minúsculas tangas, cheio de plumas e paetês, e maquiadérrimo em plena ditadura militar. Esse clipe de América do Sul é considerado o primeiro videoclipe produzido no Brasil. Ney é um ícone da comunidade LGTBQ e quem não sabe disso, está por fora!
Red Hot Chilli Peppers – “Under The Bridge”: para fechar este playlist com chave de purpurina: um dos maiores sucessos da carreira dos Red Hot Chilli Pepers, “Under The Bridge”, ganhou um clipe luxuoso dirigido pelo mestre Gus Van Sant. O baixista Flea fez uma participação como ator no filme “Garotos de Programa” de Gus, que será exibido no MIX esta semana.
Por Duda Leite
Em 13 de novembro de 2017